Simpósio da PRPG 2015, auditório FAU
Foto: Marcos Santos / Imagens USP

Evento na FAU premia teses de destaque desenvolvidas na USP e discute os rumos da pós-graduação na Universidade.

Transcrição da matéria do Jornal da USP - Edição nº 1082, por Thiago Castro.

Nos dias 24 e 25 de setembro, ocorreu no Auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) o Simpósio de Pós-Graduação da USP, simultaneamente à quarta edição do Prêmio Tese Destaque USP e ao 1º Encontro dos Cursos de Mestrado Profissional da USP. O evento discutiu a Pós-Graduação na Universidade e sua relação com a sociedade e também premiou as teses que se destacaram nos anos de 2013 e 2014.

A premiação tem como objetivo reconhecer as teses de doutorado de destaque, defendidas nos programas de pós-graduação da USP, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014. Foram contempladas teses em nove grandes áreas do conhecimento: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências Sociais e Aplicadas, Engenharias, Letras, Linguística e Artes e Multidisciplinar. Cada vencedor recebeu prêmio no valor de R$ 10 mil.

No dia 25, representantes das quatro Pró-Reitorias da USP fizeram um debate sobre os programas de mestrado e doutorado na Universidade. A USP mantém atualmente 263 programas de pós-graduação, com mais de 25 mil alunos, e 70% dos cursos têm notas 5, 6 e 7 na Capes.

Bilíngue – Para tornar a pós-graduação mais atrativa para alunos do exterior, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação transformou sua página eletrônica em um site bilíngue. “Agora temos uma página em português e inglês, e também mais interatividade”, afirma a professora Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco, pró-reitora de Pós-Graduação. “Dá para encontrar programas através de palavras-chave nas duas línguas, levando diretamente aos sites dos cursos desejados. Porém, é tarefa dos programas alimentar seus portais de forma bilíngue e com informações constantes.”

Também foi feita uma avaliação institucional da pós na Universidade. “Entendemos que a Capes usa ferramentas que cabem a todo o País, e por isso muitas das sutilezas e características que a USP tem passam despercebidas”, comenta Bernadette. Os novos indicadores levantados foram a internacionalização e os egressos. Com a avaliação, foi possível fazer ajustes no regimento, identificando algumas falhas.

Também foi levantada a importância do envolvimento da pós com a graduação. Formalmente, pós-doutorandos não podem ministrar aulas se não estão ligados à Universidade como docentes, mas podem exercer outras inúmeras atividades na graduação. Essas atividades foram recentemente reguladas. “Se considerarmos os 25 mil alunos, deveríamos ser capazes de envolver muito mais do que 10% no ensino de graduação. Isso ajudaria tanto a pós como os docentes e o processo de ensino como um todo”, destaca o professor Antonio Carlos Hernandes, pró-reitor de Graduação.

Cooperação – Outros pontos bastante citados foram a interdisciplinaridade e a difusão do conhecimento. “Há uma queixa de falta de reconhecimento das atividades, principalmente em cultura e extensão”, diz o professor Moacir Novaes Filho, pró-reitor adjunto de Extensão Universitária. Sua sugestão é que, na reconstrução dos sites, sejam criados mecanismos que permitam entrecruzamentos dos dados das quatro Pró-Reitorias. “Quando um professor registra uma atividade, se ele entende que ela tem uma dimensão grande, ele deveria poder indicar isso, alimentando os dados das outras Pró-Reitorias.”

Essa interdisciplinaridade também é defendida pelo professor José Eduardo Krieger, pró-reitor de Pesquisa. Segundo Krieger, os programas de pós-graduação são complexos e exigem a interdisciplinaridade como um dos ingredientes para seu sucesso. “Isso exige cooperação. Infelizmente ela é fácil de ser falada, mas difícil de ser executada.”

Tanto Krieger como Novaes Filho admitem que a realidade da Universidade e da pós-graduação mudou, gerando novos desafios. Segundo eles, se antes a Universidade era a formadora de quase a totalidade dos pós-graduados do País, isso mudou com a criação de diversos outros cursos de pós espalhados pelo Brasil. Também há uma nova expectativa dos alunos: se antes era voltada à vida acadêmica e à pesquisa, hoje há uma preocupação maior com o mercado de trabalho.

Link: Jornal da USP Nº 1.082 (5 a 11.10.2015), Comunidade


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