Criado em 15 de junho de 1971, o Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Medicina (Neurologia) da FMRP-USP é o mais antigo da área no País.
Oferece os cursos de Mestrado, Doutorado e Doutorado Direto em duas áreas de concentração:
1) Neurologia: para alunos graduados em Medicina e que tenham realizado residência médica em Neurologia, Neuropediatria ou em Neuroimagem (Neurorradiologia);
2) Neurociências: para médicos não especializados em Neurologia e profissionais não médicos de áreas biológicas ou cujo interesse investigativo envolva a neurociências (Biologia, Biomedicina, Psicologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Farmácia, Enfermagem, Educação Física, Física Médica, Engenharia, Bioengenharia, Ciência da Computação, Matemática etc.).
Nesses cursos, metade dos créditos são obtidos em disciplinas do Programa. Todas as linhas de pesquisa têm, no mínimo, uma disciplina correspondente. Parte dos créditos pode ser obtida em disciplinas de outros programas, conforme interesse do aluno.
O Programa reúne docentes com formação em áreas especializadas da Neurologia e da Neurociências, a maioria em tempo integral. A atividade conjunta desses docentes resulta na realização de investigações clínicas e do estudo dos mecanismos das doenças, capacitando alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos, promovendo, assim, maior produtividade científica.
Pesquisas originais e de ponta são desenvolvidas nas áreas de: Epileptologia e Eletrencefalografia, Neuropsiquiatria, Neuropatias Periféricas, Miopatias, Dor, Neurologia Tropical (Neuroinfecção e Neuro infestação), Distúrbios do Movimento, Neuroimagem, Neurodesenvolvimento, Neurologia Vascular, Neurobiologia, Distúrbios do Sono, Neurogenética e Neuropsicofarmacologia. Os projetos abordam temas clínicos e terapêuticos, como também estudos sobre a patogênese e fisiopatologia. Há grande interesse no desenvolvimento de pesquisas com perfil translacional, que correlacionem aspectos clínicos e básicos dos grupos de doenças acima mencionados. Esta correlação tem sido estimulante para alunos e docentes do programa.
Para execução dos projetos de pesquisa estão disponíveis diferentes laboratórios cujas atividades variam de análises neurofisiológicas à Biologia Molecular, de biotério para trabalhos com animais de experimentação, além de acesso a pacientes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da FMRP-USP.
Os estudos clínicos são realizados nos ambulatórios e enfermarias de Neurologia. A enfermaria dispõe de leitos para pacientes eletivos, assim como específicos (Neurologia Geral, Neurologia Infantil, Doenças Neuromusculares, Doenças Vasculares do Sistema Nervoso, Epilepsia, Neurogenética). Também são realizados no Centro de Cirurgia de Epilepsia (CIREP), o qual permite a vídeo-monitorização-eletrencefalográfica contínua de pacientes epilépticos em processo de seleção para cirurgia de epilepsia. Na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas há leitos para atendimento e investigação de urgências e emergências neurológicas.
O Programa mantém relacionamento formal e informal com outras clínicas e laboratórios do Hospital das Clínicas de Ribeirão do Campus de Ribeirão Preto, e de outros centros acadêmicos do País e do exterior, principalmente dos Estados Unidos da América do Norte e da Europa. Esse relacionamento é particularmente estreito com o setor de Neurorradiologia do Centro de Ciências da Imagem do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa, reuniões clínicas e científicas regulares e atividades didáticas comuns. O setor inclui radiologia vascular, intervenção terapêutica, utiliza técnicas avançadas de ressonância magnética quantitativa, incluindo espectroscopia de prótons e laboratório para processamento de imagem.
Reconhecido nacional e internacionalmente, o Programa titulou doutores e mestres – que atuam, principalmente, em universidades públicas do País.
Descrição das áreas de concentração:
1) Neurologia: compreende a aplicação de conhecimentos para o melhor diagnóstico de tratamento das doenças neurológicas e neuropsiquiátricas. Assim são utilizadas várias abordagens clínicas e laboratoriais para a melhor identificação da etiologia das doenças tais como: abordagens de biologia celular e molecular em amostras de tecido humano, exames de neuroimagem estrutural e funcional, eletrofisiologia clínica para avaliação de atividade bioelétrica espontânea e provocada no estudo dos sistemas nervoso central e periférico (eletromiografia, estudo de potenciais evocados, polissonografia, monitorização eletrofisiológica intraoperatória etc.). São ainda estudadas as diversas abordagens terapêuticas para o melhor tratamento das doenças (farmacológicas e não farmacológicas).
2) Neurociências: compreende a aplicação de diversas técnicas laboratoriais para o melhor conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos das doenças neurológicas. Para tanto, a utilização de modelos animais, de doenças e de amostras de tecido humano são comumente empregadas. Uma grande diversidade de abordagens é utilizada, tais como: técnicas de biologia celular e molecular em tecidos humano e de animais de experimentação, eletrofisiologia (registros de potenciais de campo, registros unitários, abordagens por optogenética, microscopia de luz, de fluorescência e eletrônica, estudos farmacológicos, etc).